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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Heitor Férrer diz que câmeras nas ruas não impedirão violencia

O deputado Heitor Férrer (PDT) comentou, nesta quarta-feira (07/12) em pronunciamento na Assembleia Legislativa, a instalação de câmeras de video-monitoramento nas ruas da Capital, o que definiu como mais uma tentativa do Governo do Estado de reduzir os índices de violência. Segundo o parlamentar, serão 86 câmeras, que levarão a sociedade a crer que os índices de violência serão contidos, porque há esses equipamentos.

Heitor Férrer explicou que a mesma atitude foi adotada em relação à compra dos carros do Ronda do Quarteirão. Naquela época, segundo ele, foi vendida a ideia de uma falsa segurança. “Vendeu-se a ficção que a segurança seria outra, mas o que se viu foi o crescimento da violência”, disse.

Para o deputado, qualquer esforço no sentido de dizer que há uma melhoria da segurança pública cai por terra, pois o número de homicídios do Ceará aumentou. ”As mortes violentas cresceram 86% entre jovens. Esse dado é revelado pelo jornal Diário do Nordeste. Os carros do programa Ronda não foram capazes de conter a violência, da mesma forma que as câmeras também não terão os resultados práticos que todos esperam, assinalou.

Heitor Férrer observou que os governantes, principalmente os prefeitos, precisam agir no sentido no oferecer pelo menos um ensino fundamental de qualidade. Caso contrário, não o quadro de violência vai continuar. “No ano passado, homicídios cresceram 20%. Esses números são formados em grande parte por garotos mortos pelo tráfico”, observou.

O parlamentar considerou que as políticas públicas aplicadas em cinco anos não somaram para reduzir as desigualdades sociais. “Tínhamos em 2007 909 mil cearenses ganhando até um oitavo de salário mínimo. Em 2010, esse número passou a 1,502 milhão de pessoas com renda média de até um salário mínimo”, pontuou. Heitor Ferrer considera que usar câmeras para combater a violência seria o mesmo que usar antitérmicos para debelar uma infecção gravíssima.

Ele lembrou ainda que foi criado no Ceará o Fundo de Combate à Pobreza, que arrecada R$ 240 milhões por ano. Esse dinheiro, contudo, foi pulverizado e deixou de ter foco em uma política pública eficiente. “É tão verdadeiro o fracasso das políticas de combate aos mecanismos da miséria, que os números nos mostram essa realidade. Há de se imaginar que a violência vai aumentar, a prevalecer a ausência de políticas eficientes”, afirmou.

Segundo o deputado, enquanto a maioria da população continuar sem uma educação formal de qualidade, os lamentáveis números da violência e da desigualdade social irão perdurar. “Se temos 60,26% da população vivendo com até R$ 255 por mês, e péssima qualificação, a tendência é mundo do crime, prostituição, narcotráfico e pistolagem. O Ceará tem sido exemplo nesses crimes. Essas pessoas não tiveram a felicidade de ser médico e trabalhar em um consultório. Vão para o ofício que nada aprenderam, roubo, drogas e violência”, avaliou.

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