Foto:José Leomar Acabar com a extrema pobreza tem um custo que pode ser quantificado. O Ceará precisa investir R$ 167,18 milhões ao ano em transferência de renda para que os 633 mil cearenses com renda per capita mensal inferior a 1/8 salário mínimo saiam desse patamar de pobreza.
No Nordeste, região com cinco milhões de extremamente pobres, esse montante seria de R$ 1,55 bilhão ao ano. Já para os nove milhões de brasileiros nessa faixa de renda, são necessários R$ 3,26 bilhões anuais.
Os dados são de estudo apresentado pelo economista Flávio Ataliba, do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), vinculado à Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (Caen/UFC).
Divulgado ontem durante o VI Congresso Estadual dos Fazendários do Ceará, o trabalho leva em conta dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2008.
“Se você quer reduzir a extrema pobreza, é muito mais importante redução da desigualdade do que aumento da renda média da população”, avaliou o economista.
Redução no NE e no BR
Apesar de a população na extrema pobreza no Ceará ter caído 36,04% de 2006 para 2008, ela ainda representa 7,48% do total de habitantes do Estado.
“O Ceará teve redução da desigualdade acima da média”, disse Ataliba.
A redução de nordestinos e brasileiros na extrema pobreza foi menos expressiva. De 2006 para 2008, a variação foi -14,57%, no Nordeste, e -14,36%, no Brasil.
Apesar disso, o Ceará, que tem 4% da população nacional, concentra 8% da população pobre brasileira.
No Sudeste, onde vivem 42% dos brasileiros, 26% são pobres. Ataliba propõe que o governo fortaleça políticas de redução mais acentuada da desigualdade, combine ações de curto (assistência), médio (crédito) e longo (educação) prazo para essa faixa da população e utilize melhor o Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop).
Fonte DN
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