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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

IMLs demoram mais de 24h para liberar corpos

Clique para AmpliarFamílias reclamam que não podem velar seus mortos diante
da longa espera para liberação dos entes ao sepultamento.

Sobral A queixa é geral nas sedes do Instituto Médico Legal (IML) das cidade de Sobral, Iguatu, Juazeiro do Norte, Quixeramobim, Canindé e Fortaleza. Há uma demora de mais de 24 horas para liberação de corpos para sepultamento. Em Sobral, familiares chegaram a esperar 36 horas, no fim de semana de 21 a 23 de outubro passado, para ter os corpos de seus entes autorizados pelo IML para sepultamento.


Os prédios dos IMLs do Interior são novos. A nova sede do Instituto em Fortaleza está para ser entregue no próximo mês. Enquanto a nova unidade de Fortaleza e Região Metropolitana não é inaugurada, todos os serviços são feito de modo precário, no Serviço de Verificação de Óbito (SVO), nos fundos de um prédio da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), do lado do Hospital do Coração em Messejana. A reclamação maior é pela demora na liberação do laudo cadavérico.

A angústia dos familiares, que tiveram dificuldade na liberação de corpos, que deram entrada no IML de Sobral, chegou aos ouvidos dos vereadores. O presidente da Câmara Municipal, João Alberto Adeodato, está formando uma comissão de vereadores para ir a Fortaleza cobrar dos deputados mais votados em Sobral (Ferreira Aragão, Patrícia Sabóia, Moésio Loiola e Teodoro Soares) uma solução urgente para a situação.

O vereador José Vytal usou a tribuna do Plenário 5 de Julho para dizer que a população de Sobral não aguenta mais. "As pessoas não estão tendo mais o direito de velar o corpo dos seus entes queridos por causa demora do IML em liberar o corpo. Os médicos, que trabalham aqui, residem em Fortaleza, e nos fins de semana só viajam quando chega um corpo para ser examinado", denunciou.

Já o vereador Júnior Balreira defende a instalação de uma sindicância para saber se a demora na liberação está beneficiando alguma funerária na cidade. "As famílias, a maioria sem condições financeiras, estão se endividando com as funerárias", disse Júnior Balreira.

O vereador Luciano Feijão aponta a precariedade no IML da Sobral, devido, segundo ele, à falta de médicos legistas suficiente para o atendimento de imediato. "Até água tem faltado para a limpeza dos cadáveres, o que torna essa situação insustentável", disse na Câmara.

Atípico
O perito geral do Estado, Maxiliano Leite Barbosa Chaves, informa que o que aconteceu em Sobral foi um caso atípico. "A média de atendimento diária no IML Sobral é de três corpos e de sete lesões corporais, mas neste fim de semana reclamado recebemos 13 cadáveres. Isso fez com que a demora fosse maior, mas não passou de vinte e quatro horas", disse o perito.

Ele destaca que o IML de Sobral é o que tem mais médicos legistas do Interior do Ceará. "Não falta médico legista. Devido a sua abrangência para atender uma população de 1,4 milhão, temos em Sobral cinco médicos legistas, que trabalham em regime de dois plantões de 12 horas, mais 12 horas para expedição de laudos. Não temos horários descobertos", salienta.

Concurso
Mas o perito geral reconhece a necessidade de mais pessoal para os IMLs. "Tanto que já foi autorizado pelo governador Cid Gomes, a pedido do nosso secretário de Segurança, coronel Francisco Bezerra, a realização de concurso público para contratação de 177 profissionais para a Perícia Forense. Serão 35 novos médicos legistas, 52 peritos criminais e 90 auxiliares de perícia". O edital desse concurso está previsto para sair até 15 de novembro próximo.

Maxiliano desconhece a falta de água no IML de Sobral e responde aos vereadores que não há nenhum interesse do IML em atrasar liberação de corpo para beneficiar funerárias. "O que aconteceu foi em outubro foi exceção".
Os IMLs de Juazeiro, Canindé, Iguatu e Quixeramobim funcionam com quatro legistas em dois plantões de 12 horas, mais 12 horas para expedição de laudos. O IML de Juazeiro do Juazeiro atende a uma população de 800 mil pessoas da região do Cariri. Os IMLs de Canindé, Quixeramobim e Iguatu são responsáveis por demandas de populações com cerca de 500 mil pessoas, cada um.(Diario de Nordeste)

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