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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Fortaleza 285 anos, apesar de estar em estado de calamidade política, muitos declaram o amor..

Fortaleza completa, hoje, 285 anos de sua emancipação política como vila. A data, além de celebrações, enseja também um momento de reflexão sobre as condições de vida da Cidade, sua trajetória e seus traços culturais.

É fora de dúvida que a menção ao nome de Fortaleza, em qualquer parte do território nacional, evoca a imagem de uma cidade ensolarada, onde se pode desfrutar da alegria de viver, na companhia de um povo acolhedor e celebrativo. O outro lado da medalha – crescimento distorcido, desigualdade e violência – também vem à tona, mas de certa forma é relativizado pela impressão primeira.

E, de fato, Fortaleza é cada vez mais escolhida como opção de férias e de lazer por um número cada vez maior de visitantes. É essa vocação turística que é preciso desenvolver para atender às expectativas dos que nos visitam. Desde que se entenda que esse objetivo está subordinado à meta maior: angariar, com esse serviço, recursos para dar mais qualidade à vida dos habitantes da Cidade, pois a estes é que devem ser destinados, em primeiro lugar, os benefícios recebidos pela urbe. Ou seja, os visitantes devem encontrar na própria maneira e nas condições de vida dos habitantes uma das motivações para optar por Fortaleza e não por outro destino turístico.

Daí porque a luta pela erradicação das desigualdades sociais, em favor da construção de moradias dignas, da oferta de serviços básicos de saúde e de segurança pública constitui alicerces sobre os quais se deve erguer uma cidade capaz de competir com outras, na atração de visitantes. Estes irrigam a economia local, gerando emprego e renda e tributos que serão revertidos na melhoria da qualidade de vida da Capital.

Isso implica empenho, dentre outros esforços, em preservar o que resta do patrimônio natural, açambarcado pela especulação imobiliária, mas também traçar uma estratégia para trazer o verde para as ruas, avenidas e espaços públicos de Fortaleza. A desumanização provocada pela ditadura do concreto e do asfalto tem de ser revertida, de alguma forma. Fortaleza precisa abrir espaços para que as brisas – que antes a percorriam desimpedidamente – voltem a encontrar corredores em que possam circular, refrescando a temperatura e tornando mais aprazível a vida de moradores e visitantes.
Elenilton Roratto

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