Todos os 30 municípios com maiores participações nas classes ABC estão na Região Sul do País, em função da maior desigualdade de renda lá observada. O estudo mostra ainda que desde 2003, o Brasil ganhou quase 50 milhões de consumidores, o equivalente à população da Espanha.
Para o coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza da Universidade Federal do Ceará (LEP/UFC), professor Carlos Manso, o fato dos estados do Norte e Nordeste mostrarem os piores resultados comprova o desequilíbrio regional. “Diz muito da escassez de renda e desigualdade”, reforça, acrescentando que em outras pequisas o LEP já apurou que no Ceará a renda dos 10% mais ricos é 3,5 vezes maior que a dos 40% mais pobres.
Mas a situação vem melhorando nos últimos dez anos. “Em uma década, a renda real per capita dos mais ricos no Brasil cresceu 10%, enquanto a dos mais pobres aumentou 68%”, destaca o economista Marcelo Neri, responsável pelo levantamento. Acrescenta que isso é reflexo do crescimento econômico com a redução da desigualdade social durante muitos anos. “O que está por trás disso é o aumento da educação e do trabalho formal, a redução da natalidade e o ciclo eleitoral”, completa, considerando que todo ano de eleição a renda média do brasileiro sobe muito.
Neri ressalta que o grande passaporte para a saída da pobreza é a educação, lembrando que programas como o Bolsa Família também contribuem neste sentido. A pesquisa mostra que a probabilidade de se migrar da classe E - a mais pobre - para níveis mais altos da pirâmide social é de 27% para quem tem até um ano de estudo e sobe para 53% para aqueles que permanecem na escola por 12 anos ou mais.
Fonte: O Povo
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