O levantamento foi coordenado pela cardiologista Jaqueline Scholz, do Instituto do Coração (Incor). A médica é criadora do Programa de Assistência ao Fumante (PAF), utilizado atualmente em 19 instituições.
O estresse agudo foi o gatilho para que 31% dos ex-fumantes que retomaram o vício.
A maioria das recaídas (cerca de 60%) ocorre nos três primeiros meses de tratamento – a fase mais crítica. Vencida esta etapa, o índice cai para 17% a 20% no período de um ano e despenca para 1,5% após 12 meses.
Os dado foram apresentados em março no congresso da Sociedade para Pesquisa Sobre Nicotina e Tabaco, nos EUA.
Descuido
Segundo a pesquisa, quem vence o difícil período de três a seis meses de abstinência acaba caindo numa armadilha comum: o descuido. O paciente acha que superou o vício e que uma tragadinha eventual não vai comprometer a decisão. E assim, aos poucos, retoma o hábito.
Segundo a cardiologista, para prevenir recaídas nos três meses iniciais é possível empregar recursos de “resgate”, como goma ou pastilhas de nicotina, em especial nos momentos de estresse. Já para evitar que os pacientes voltem a fumar por descuido, é importante intensificar orientações que alertem para o risco ainda presente.
Ela diz que o número de consultas médicas também faz diferença no sucesso tratamento. Os pacientes que conseguiram ficar um ano sem fumar passaram por pelo menos quatro ou cinco consultas nos meses iniciais.
Ganho de peso
Preocupação tipica de quem vai parar de fumar, o ganho de peso não se mostrou um fator relevante para as recaídas, de acordo com o estudo.
De 568 pacientes acompanhados durante um ano, 73% ganharam peso, 17% mantiveram o patamar inicial e 10% ficaram mais magros. O primeiro grupo ganhou em média cinco quilos, sendo que as mulheres engordaram mais do que os homens: sete quilos contra 5,5 no grupo masculino.
Apesar dos resultados, a grande maioria dos pacientes relatou que os benefícios da abstinência superaram o impacto do ganho de peso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário