Detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), trocaram tiros na manhã desta terça-feira em uma tentativa de iniciar nova rebelião. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o tiroteio ocorreu por volta das 9h30 (8h30 locais) em um pavilhão próximo ao Presídio São Luís, onde os apenados mantêm cinco reféns desde as 9h de segunda-feira, e foi rapidamente contido pela tropa de choque. Não há informação sobre vítimas.
Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, César Bombeiro, o tiroteio ocorreu em um pavilhão onde estão alojados 300 presos e teria sido motivado por rivalidade entre facções criminosas. Os rebelados teriam feito reféns dois detentos de facções rivais e destruído grande parte do prédio, queimado colchões. Durante o tiroteio, houve correria em frente ao presídio, onde há uma grande concentração de jornalistas e familiares dos presos.
Ontem, o motim no Presídio São Luís deixou pelo menos nove presidiários mortos e um agente penitenciário baleado. As negociações para rendição dos rebelados foram encerradas por volta das 21h de segunda-feira e retomadas no início da manhã de hoje.
Segundo o Ministério da Justiça, foram enviados 32 homens da Força Nacional para o Maranhão, sendo 31 da tropa de choque e um negociador. Eles chegaram ao Estado na madrugada desta terça-feira, com o objetivo de tentar conter a rebelião.
Até o momento, a polícia confirma nove mortes na rebelião, cujos corpos estão no Instituto Médico Legal. Entretanto, o número de mortes pode ainda ser maior, já que os presos afirmam que dentro do presídio estariam outros corpos.
Inicialmente a rebelião teria começado com uma briga de facções, mas agora os rebelados apresentaram exigências como melhoria no abastecimento de água e alimentação e mais tempo para banho de sol e visita íntima. Os presos querem ainda a transferência de detentos que cometeram crimes no interior do Estado.
A secretaria reforçou a segurança durante a madrugada no presídio para evitar que a violência ultrapassasse os muros. Os presos estariam com dez celulares e duas armas dentro do presídio.
Rebelião
Segundo a secretaria, os presos renderam o agente penitenciário durante uma revista, tomaram sua arma e iniciaram a rebelião. Baleado na perna e na coluna cervical, o funcionário foi liberado por volta das 11h30 de ontem e encaminhado ao hospital. Seu estado de saúde é estável. Os presos foram assassinados por seus próprios companheiros, sendo que três deles foram decapitados.
As autoridades maranhenses atribuíram o motim ao “estado de tensão permanente” entre facções criminosas, que é alimentado pelo problema de “aglomeração” comum à maioria das prisões brasileiras, segundo a nota do governo do Estado do Maranhão. O presídio, que tem capacidade para abrigar 220 pessoas, é ocupado por 204 apenados, segundo a SSP.
Fonte:Portal SPN
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