Para silenciar os críticos nesse quesito, a primeira mulher a ocupar a Presidência fez questão de imprimir a marca de uma governante austera e discreta.
Tais características provocaram comparações inevitáveis com seu antecessor e padrinho, um político afeito aos discursos e ao embate direto com a oposição, a mesma oposição que, para fustigá-lo e tentar enfraquecer seu mito, passou a elogiar o jeito de Dilma comandar o País.
A presidente, no entanto, nunca incentivou de público esse paralelismo, ainda que na política externa e na questão dos direitos humanos tenha adotado medidas frontalmente contrárias à atuação de Lula na área.
Os afagos da oposição se restringiram à forma. No PSDB e no DEM, ganham corpo as críticas ao conteúdo: "gastança" do governo, desaceleração do PAC e ameaça de inflação.
O corte de R$ 50 bilhões no Orçamento não convenceu o mercado e os opositores de que as contas públicas estão sob controle. Dúvidas de gestão à parte, resta ao fim dos 100 dias a certeza de que Dilma se impôs.
(O Estado de SP)
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