Moyses foi braço-direito de Marta em São Paulo, inclusive em campanhas. No período em que presidiu a sessão, ela manteve o semblante contrariado. Quando o senador Mário Couto (PSDB-PA) falou de “ladrões” no Turismo, citando a prisão de Moysés, ela virou o rosto para o lado, com expressão de impaciência.
- Malditos aqueles que roubam! Mas vão pagar, doa a quem doer, presidenta! – bradava Couto, enquanto Marta olhava fixamente para a tela de seu computador.
Por volta de 17h, quando o presidente José Sarney (PMDB-AP) chegou para presidir a ordem do dia, ela não se levantou. Ele ficou por minutos em pé no plenário enquanto Marta, atabalhoadamente, tentava presidir o início da sessão de votação. Começou a discutir uma matéria, sem anunciar a abertura da ordem do dia.
- Para começar a ordem do dia, vossa excelência tem que primeiro anunciar a abertura da ordem do dia – repreendeu Couto.
- Vou abrir – disse ela.
Quando Sarney subiu à Mesa e retomou seu lugar, ela ficou sentada ao seu lado. Jornalistas a aguardavam embaixo. Por fim, ela saiu, mas refugiou-se no banheiro do cafezinho. Os jornalistas a esperaram na porta do banheiro por cerca de 20 minutos, enquanto ela despachava dentro com assessores.
Quando saiu, caminhou a passos largos de volta ao plenário, com o celular no ouvido, ignorando as perguntas dos jornalistas sobre a prisão de Moysés:
- Não vou falar, tudo o que tinha a dizer, já falei – disse, voltando para a Mesa.
Após algum tempo, escoltada por seguranças, saiu por uma passagem atrás da Mesa.
Coordenador político do gabinete de Marta, Charles Capela de Abreu negou que ela tenha se trancado no banheiro para evitar os jornalistas. Segundo ele, Marta está muito triste com a prisão de Moysés:
- Fomos surpreendidos com a prisão do Mário, e estamos preocupados. Ele é uma pessoa honesta e sempre correta.”
(Globo)
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